Blog Layout

Será que... é gaguez?
Mónica Monteiro, Terapeuta da Fala no Espaço Crescer • 3 de outubro de 2018

O que é a gaguez?

A gaguez é uma perturbação na fluência do discurso, em que a pessoa sabe exatamente o que quer dizer, mas o fluxo da fala é interrompido por repetições de sons/sílabas/palavras, prolongamentos, pausas inesperadas e/ou por bloqueios.

Quais são as causas da gaguez?

A gaguez não resulta apenas de um fator isolado, mas sim de uma série de fatores. Por esse motivo, a gaguez é considerada uma perturbação multifatorial.

Os fatores genéticos são cada vez mais estudados, uma vez que muitas pessoas que gaguejam têm familiares que também gaguejam. Contudo, também se admitem fatores neurológicos e psicossociais relacionados, por exemplo, com as exigências do meio envolvente e com o desenvolvimento linguístico na infância.

Quais são as principais características da Gaguez?

  • Repetição de sons (“v-v-v-verde”), sílabas (ca-ca-ca-cavalo) e palavras (“eu-eu-eu-vou”);
  • Prolongamento de sons (“eeeeeeeera”);
  • Revisão de frases (“Posso ir… o Pedro vai ao parque… podemos ir?”);
  • Bloqueio de sons (“na C_____ casa dela”);
  • Produção de palavras com excessiva tensão muscular, a qual pode ser evidente à volta dos olhos, do nariz, dos lábios e do pescoço.

Qual a diferença entre difluência normal do desenvolvimento e gaguez?

A disfluência normal do desenvolvimento surge entre os 2 e os 6 anos de idade, no período de aquisição e desenvolvimento da linguagem da criança. Nesta fase, em que as crianças desenvolvem diariamente o seu vocabulário, poderão surgir de forma pontual disfluências normais (hesitações, repetições, pausas e prolongamentos curtos e/ou interjeições).

Estas disfluências resultam das incertezas na escolha de palavras que melhor exprimem a sua ideia e na construção de frases gramaticalmente corretas, sendo um sinal de que a criança está a aprender a usar a linguagem. Após este período, que dura em média 6 a 12 meses, a maioria das crianças adquire um discurso fluente.

Contudo, os pais devem estar atentos ao tipo e duração das disfluências que a criança manifesta e não as desvalorizar, uma vez que o desenvolvimento linguístico também pode ser um fator inicial da existência e/ou desenvolvimento de gaguez. Sempre que os pais tiverem dúvidas se se trata de uma disfluência normal do desenvolvimento ou de efetivamente um caso de gaguez, deverão consultar um Terapeuta da Fala. Na gaguez, a disfluência mantém-se ou agrava-se. Numa primeira fase, a criança poderá evidenciar frustração momentânea durante o episódio de gaguez e, posteriormente, começará a ter consciência de que não é capaz de falar como as outras crianças.

O que fazer caso detete sinais de alerta de gaguez?

Caso identifique características de gaguez ou caso o seu filho ou educando apresente sinais de risco quanto à gaguez, procure ajuda de um Terapeuta da Fala.

Apesar de a gaguez não ter cura, o Terapeuta da Fala poderá ajudar pessoas de qualquer idade a compreender a gaguez, a saber lidar com ela e a utilizar métodos e técnicas que permitem tornar o seu discurso mais fluente.

Exemplos de pesquisa: #psicologia, #terapiadafala, ansiedade, voz
Por Patrícia Primo, Terapeuta da Fala no Espaço Crescer 4 de dezembro de 2024
 “Se perdesse todas as minhas capacidades, todas elas menos uma, escolheria ficar com a capacidade de comunicar porque com ela depressa recuperaria tudo o resto” Daniel Webster
Por Zelia Fernandes 9 de outubro de 2024
Um Acidente Vascular Cerebral (AVC) provoca alterações na pessoa que sofreu o problema, mas também nas dinâmicas familiares e profissionais. A linguagem oral, escrita e não verbal ficam frequentemente afetadas após este episódio.
Por Patrícia Primo, Terapeuta da Fala no Espaço Crescer 17 de abril de 2024
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais 5ª Edição (DSM-5), a Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma alteração do neurodesenvolvimento, caracterizada por défices na interação social e capacidade comunicacional, pela ocorrência de comportamentos repetitivos e estereotipados e pela presença de interesses restritos (Khaledi et al., 2022; Mohammed, 2023; Posar & Visconti, 2017). O ser humano interage com o meio envolvente desde o seu nascimento, através de uma rede complexa de recetores que enviam constantemente informações ao sistema nervoso central que, consequentemente, geram uma determinada reação (Vives-Vilarroig et al., 2022). Estas informações são captadas através dos diferentes sentidos, uma vez que são estes que moldam as diferentes sensações e as transmitem, possibilitando ao ser humano a compreensão do que o rodeia e a formulação de diferentes conceções (Silva, 2014). Vários estudos têm evidenciado que crianças com PEA percecionam os estímulos ambientais de diferente forma, presenciando dificuldades na adequada resposta ao meio ambiente (Silva, 2014).
Ver Mais
Share by: