O Burnout. Uma palavra estranha mas que gradualmente se tem tornado tão comum nos nossos dias. Se antes pensávamos no Burnout como algo distante, longínquo e apenas associado a algumas profissões muito exigentes, hoje talvez possamos pensar no Burnout como algo próximo, que nos pode afetar a cada um de nós, independentemente da profissão que se exerce.
Por Burnout entenda-se uma perturbação causada pelo stress excessivo devido a uma sobrecarga ou excesso de trabalho. Pode-se pensar no Burnout como uma forma de resposta a situações permanentes e intensas de stress laboral, que terá maiores probabilidades de ocorrer quando a pessoa não utiliza estratégias adaptativas para lidar com situações de stress. Será essencialmente a exposição contínua a estas situações de stress, de forma recorrente, que pode efetivamente levar-nos a viver um sentimento crónico de stress, ou seja, ao Burnout.
Trata-se, portanto, de uma sensação de esgotamento emocional, em que a pessoa sente uma sobrecarga, que não aguenta mais, como se estivesse no seu limite, em conjunto com sentimentos de desvalorização pessoal, de incompetência pessoal e profissional, de desesperança, perdendo não poucas vezes o interesse e a motivação para o trabalho. Torna-se desta forma incapacitante, surgindo um sentimento de baixa realização profissional e, consequentemente, uma baixa satisfação com o trabalho, impedindo a pessoa de desempenhar as suas tarefas quotidianas.
De facto, sabe-se hoje em dia que o stress é já considerado como uma das epidemias do século XXI. A modificação dos tipos de trabalho a partir das décadas de 70 e 80, em que assistimos aos trabalhos a tornarem-se mais profissionalizados, burocráticos e isolados, com expetativas mais elevadas, não apenas das empresas em relação aos seus colaboradores, como também das expetativas internas, as que nos colocamos a nós próprios.
Porém, é quando estas expetativas não são atingidas que pode surgir a frustração, a qual não sendo devidamente desconstruída, analisada, escutada pode, de facto, ser um enorme gerador de stress interno, o qual de forma continuada torna mais frequente os processos de cansaço físico e emocional.
Situações que envolvam esforço excessivo, curtos intervalos, elevada competitividade (desejo de ser e fazer o melhor entre os colegas de trabalho), pressão inadequada (desajustamento nas funções atribuídas, sobrecarga de tarefas, alterações no horário de trabalho), o mau ambiente no trabalho (entre colegas e chefias), assim como problemas pessoais, podem também contribuir para o aparecimento de sintomas.